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O LIVRO CRUZ E SOUSA : O POETA ALFORRIADO
DE GODOFREDO DE OLIVEIRA NETO

E SUA INCLUSÃO NO PROJETO PEDAGÓGICO
NA LUTA CONTRA O RACISMO NAS ESCOLAS

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EMPAREDADO : EPÍGRAFE DE ABERTURA DO LIVRO CRUZ E SOUSA : O POETA ALFORRIADO DE GODOFREDO DE OLIVEIRA NETO

   Devido à necessidade e a obrigatoriedade da Lei 10.639/03 de se estar constantemente trabalhando sobre a questão da Cultura Afro-brasileira e indígena, este projeto de intervenção pedagógica procura aliar a necessidade com a obrigatoriedade, tendo em vista que as salas de aulas são um ambiente oportuno para o desenvolvimento de trabalhos que viabilizem a conscientização e reflexões a respeito das ações dos alunos, considerando que essas estão muitas vezes marcadas de preconceito e discriminações, que podem ser consideradas em maior parte reproduções ou influências da sociedade em que vivemos.

     É oportuno dizer que muitas vezes reproduzimos inconscientemente ou não os preconceitos, e diante dessa realidade objetivamos desenvolver por intermédio desse projeto ações educativas que viabilizem a reflexão e conscientização de nossas atitudes, para que no momento em que falarmos ou agirmos, tenhamos consciência do que de fato queremos dizer.

 

   Convém ressaltar que muitos já sofreram, ou “sentiram na pele”, o gosto amargo da discriminação, por serem estereotipados como pobre, negro, loiras, homossexuais, mulheres, mães solteiras, entre outros. À guisa de exemplo, quantas vezes já não ouvimos “piadinhas” de mau gosto, que nada mais são do que a pura manifestação de preconceito: “Mulher tem o direito de esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque” (provérbio popular amplamente divulgado) e assim sucessivamente dentre vários outros. Antes de tudo, vale lembrar que esse provérbio acima citado faz uma discriminatória de que os ofícios da mulher se restringem aos afazeres domésticos; a citação “a mulher tem o direito” denota um aspecto de submissão, nesse caso em relação ao homem. E assim são vários “os provérbios”, “piadinhas” que são diariamente reproduzidas dentro das salas de aulas, no âmbito familiar, entre outros.

  Os indivíduos crescem ouvindo esse tipo de afirmação e achando que é normal ou natural e simplesmente não têm consciência do que está nas entre linhas. É nesse intuito que pretendemos desenvolver o trabalho, esclarecendo, fazendo levantamentos, análises, exemplificando, justificando a necessidade e importância do assunto em pauta, para que os mesmos cheguem à conclusão de que é necessário ter uma mudança de comportamento, procurando ser críticos, e que venham refletir suas ações e as consequências das mesmas, não mais as reproduzindo quando estas forem negativas, ou seja, repletas de preconceitos e discriminações, pois essas acarretam em traumas psicológicos, violências emocionais, físicas e sociais.

 

     Diante de tais aspectos, faz-se necessário que nossas ações sejam cientes e que não sejamos meros reprodutores alienantes, mas com capacidade de verificar qual imagem queremos deixar perante a sociedade, contribuindo para que essa possa ser justa e democrática, fazendo com que todos os cidadãos possam ter seus direitos garantidos e respeitados, não só no papel como tem sido, mas como se há de verificar na prática. O projeto de intervenção pedagógica aconteceu no Colégio Estadual X (o nome real do colégio foi omitido aqui para preservar a integridade e a privacidade dos seus funcionários e alunos), no município do Rio de Janeiro, com os alunos do 8º ano, e foi realizado durante o primeiro semestre do ano letivo de 2018. A abordagem do tema se justificou pelo fato de que nesse colégio ocorreram manifestações de preconceito de diversas maneiras no ambiente escolar, como por exemplo, pela formulação de piadinhas racistas e casos de bullying contra duas alunas negras. Diante desse ocorrido, que é mais comum do que se pensa hoje na realidade social brasileira, foi necessário trabalhar o assunto a fim de amenizar o problema . E uma das estratégias desenvolvidas pelos professores para o enfrentamento e combate da questão foi através da apresentação de uma produção didático-pedagógica  aos alunos, através de uma exemplificação clara e objetiva, onde mostrou-se de forma resumida a proposta das atividades.

 

    Para gerar um clima favorável para as discussões da temática e evidenciado alguns conceitos referente ao assunto em pauta, sendo esse Preconceito e discriminação em sala de aula: Conscientização e Valorização da Diversidade a partir de duas vertentes : ensino de História e rodas de leitura com detaque para a leitura dos livros de Godofredo de Oliveira Neto , Cruz e Sousa : o poeta alforriado e do livro Um Defeito de Cor  de Ana Maria Gonçalves.

     Ao final, o projeto didático de conscientização dos alunos sobre o problema do racismo nas escolas revelou-se um sucesso especialmente pelo êxito obtido pela professora de Literatura do colégio durante a leitura da vida da vida do maior poeta simbolista brasileira, João da Cruz e Sousa através do livro de Godofredo de Oliveira Neto. Pois nada como "vestir a pele do outro" para sentir-se no seu lugar e a narrativa espetacular desse livro, que encantou os alunos por sua linguagem fluida , autêntica e dinâmica.

        

ENTREVISTA DE GODOFREDO AO PROGRAMA CIÊNCIA E LETRA SOBRE A OBRA

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